sábado, 29 de maio de 2010

odisseia da jujuba

Tudo começou numa sexta-feira à noite quando eu ia em diração ao lixo da cozinha. Escutei um barulhinho irritante vindo da pia e quando vejo: a torneira estava vazando!

Eu perdida no meio de 10 meninos/homens (sim, não consigo achar que os amigos do meu irmão são homens) e ninguém havia se dado conta disso. Ouvi muitos: ah eu vi que tava vazando, mas fiquei com medo de mexer! Lá fui eu mexer... e só piorei a situação... algumas tentativas minhas e de um ou dois corajosos a enfrentar a possibilidade de estragar a torneira do Paulão, e nada! Fechei o registro antes das tentativas lógico, mas o problema era: com esse registro fechado, nada de banho e água quente.
No desespero liguei para quem não devia e nada... afinal de contas, o que às quase 23h de uma sexta alguém poderia fazer para parar aquele plic plic plic plic...
Acordei relativamente cedo e fui tentar desmontar a maldita torneira, alguns banhos depois e nada, só camisola, meia e chinelos molhados.
Meu irmão acordou também e foi lá averiguar... foi malz aí maninho, mas ele não sabia nem pegar no alicate! No desespero novamente, liguei para o meu pai e ele disse: ah, coloca uma bacia embaixo e vai guardando a água até eu voltar! Lógico que não fiz isso! Até ele voltar a casa iria ficar cheia de bacias com água. Liguei de novo para quem não devia, me propus até de ir buscá-lo e levá-lo embora, e tá eu sei eu sei, a situação não é propícia para pedir favores, mas quem poderá me ajudar?! O _ lógico, foi a primeira coisa que passou na cabeça, ontem e hoje, confesso. Ele falou que não dava, que ele não poderia fazer nada. Agradeci com aquela voz em tom enorme de decepção com um: ah obrigada então mesmo assim, achei que você poderia me ajudar. Beijo.
Desliguei o telefone, troquei de roupa, escovei os dentes e o cabelo, desmontei o que precisava da torneira e fui atrás de alguma loja.
Cheguei no Balarotti já preparada para ouvir piadinhas do tipo: mas você entende disso?! Enfim... entrei na loja e fitei um vendedor com cara de quem poderia ajudar, até que: "Olha queridinha, não posso ajudar, mas você vai fazer um favor. Pega seu carrinho e segue pela Marechal até chegar na Casa das Torneiras, lá com certeza eles irão resolver seu problema. É só contornar o terminal do Carmo e pegar a Marechal novamente, estará logo ali." Fiquei agradecida pela dica, mas profundamente irritada com o "queridinha" e o "carrinho", afffffffff....
Pois bem, lá vou eu, a 50km/h em busca da tal Casa das Torneiras. Fui até lá na frente e nada. Resolvi voltar e parar numa loja cheia de badulaques. Não tinha, claro... mas o vendedor deve ter ficado comovido com as marcas de expressão na minha testa e pelo meu tom de voz e indicou novamente a já famosa Casa das Torneiras. Falou que era ao lado do quartel, sim, do lado direito da Marechal, passando o terminal do Carmos. E lá vou eu novamente... pensando... lá se vai a gasolina... esse carro bebe até dizer chega... preciso voltar logo, consertar, comer e fazer a monografia...
Fui e dessa vez a 40km/h para garantir que não passaria pela loja... e fui até o terminal do Boqueirão e nada da Casa das Torneiras... vi uma loja de louças para banheiro e torneiras, por alguns minutos fiquei saltitante dentro do carro esperando finalmente ser ali, até que descobri que não era e fui murchando murchando... o dono da loja informou que não era Casa das Torneiras e sim Rei das Torneiras, e que não era em frente e nem ao lado do quartel, era "passando aquele sinal ali, ao lado da loja de veículos". Quase dei um beijo no tiozinho! Eu já estava quase jogando os bets, ou melhor, indo comprar uma tampinha ou qualquer coisa para vedar o buraco que deixei!
Lá vou eu novamente, torcendo para ter lugar para parar e principalmente, a loja estar aberta!
Cheguei e nem acreditei! Havia um vendedor viajando no balcão só esperando por um cliente e era eu! "Moço, minha torneira tá vazando, trouxe algumas peças pra ver se ajuda. É acho que é por aqui mesmo que tá saindo aqui. Hummm, por aí não sei, não consegui reparar, mas tem jeito?!"
Ele se virou e mostrou uma peça igualzinha, quase igualzinha, porque a que ele mostrou tinha borracha. Disse que era para trocá-la e junto mandou eu levar uma outroa borracha para garantir. Parecia que eu tinha tirado uma tonelada das costas!
Saí da loja com a maldita peça e 15 reais mais pobre, mas feliz!
Cheguei em casa super saltitante! Até que (acho que meu irmão ficou treinando como usar o alicate, hehe) fomos instalar a peça nova. Meu irmão foi lá apertou e tudo, mas não parava de vazar (droga), aí resolvi colocar a torneira e descobrimos que esse vazamento de agora, com a peça nova, era porque havíamos colocado a peça de ponta cabeça, por isso vazava... arrumamos a posição da peça e agora está perfeito!

Ah... é tão bom ter essa sensação de que consegui fazer alguma coisa sozinha! Não me contive, depois do aperto de mão do meu irmão dizendo: "Puxa, ainda bem que não sou machista né, porque você como mulher arrumou isso, eu nem sabia onde mexer!" liguei pro _, sim, quebrando mais uma vez a condição, e disse: "Sei que você não tem nada com isso, mas há há há, consegui arrumar a torneira sozinha!" Coitado, ele deve ter pensando: "Surtou de vez!"

Desliguei o telefone com um sorriso no canto da boca e fui (como nunca na vida) feliz lavar a louça!

Um comentário:

  1. Pobre Ju, que sufoco! Bom, pobre, mas heroica! merece aplausos, pois eu ficaria desesperada com os baldes na pia.

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