domingo, 16 de maio de 2010

menos


Ultimamente ando pensando em coisas mil e minha cabeça fica cada vez mais confusa (ok, parece diário de adolescente, e quem garante que eu ainda não seja uma?)...
o fato é que hoje, como de praxe, ouvi o podcast do Salomão Schvartzman, e entre tantos um meio que respondeu uma das minhas confusões. Nesse podcast, ele falava sobre o tempo, e que com ele não ficamos velhos, ficamos apenas menos...
Enfim, segue um trecho que achei ótimo:

“... sabe a história do Marcel Proust?! E o Conny contou ali mesmo na calçada que um amigo de Proust, viajou, casou, viveu, encontrou-se com o escritor na rua por acaso, os dois haviam sido íntimos, o amigo quis saber se era o mesmo ou se havia mudado fisicamente durante os anos de ausência e o Proust respondeu a mesma coisa, que estava tudo bem, apenas menos.
... com o tempo não pioramos necessariamente, continuamos na mesma, belos ou feios, bons ou maus, inteligentes ou burros, só que menos. É preciso um encontro, um acaso, até mesmo um testemunho explícito de um observador que possa captar o que em nós está menos. Menos brillho no olhar, menos vitalidade no gesto, menos rapidez no pensamento, menos alegria no sorriso... o tempo é  um carrasco gradual, não tem e nem precisa ter pressa, o ritmo com que ficamos cada dia menos, dará a medida de nossa decadência...
... o rosto conta tudo, em detalhes e eles são testemunhas do meu olhar fatigado, do cansaço de tudo, que eu também estou menos, cada vez menos, mas feliz.”



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